terça-feira, 29 de dezembro de 2009

O pressuposto é primo do bosta

Existe uma poesia dentro de mim
Que não consegue nascer.
Precisa falar,
Quer querer, voar, fluir
Como os cabelos na cabeça
Não mais atendendo ao verso clichê
À rima exata do crescer.

Na minha cabeça não são só os cabelos que crescem,
Também os versos
As ideias forçadas
Os pensamentos confusos
De um medíocre entusiasta.
Uma vez como agora,
Outra vez sem cria
Lapidando o mau verso
Como um perfeito imperfeccionista,
O tirano dos frutos inférteis,
Da incapacidade lírica.

O conteúdo da música
É a melodia,
A emoção musical posta nos acordes,
O trote rítmico desse vento,
O preciso e conflituoso movimento do mar,
Das ondas.
O salgado gosto de vida.

A poesia é mais ou menos assim.
Com a leveza do vento,
Com o bafo quente de uma noite tropical.
Com o irritadiço,
Com a demência,
Com o trator das palavras pesadas
Esmagando as nossas almas
Neste instante reunidas nesses papéis,
No refúgio do nada,
Gravando aqui, com a tinta das canetas,
O nosso sangue ruidoso
Ou nossa alegria clemente.
Tanto faz.

Ser incrédulo,
Ser indiferente,
Ser pessimista...
Prefiro ser alegre.
Alguém acredita nisso?
Mas é sério!
Ando deixando de lado
Todas aquelas reflexões profundas sobre a vida.
Faço um esforço tremendo hoje.
Mil vezes a superficialidade!

A poesia não é uma ciência
E sou burro demais para entendê-la assim.

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